Mediunidade na Umbanda


Médiuns são aqueles espíritos que receberam, antes da presente encarnação, determinados ajustes em seu Organismo Astral e nas suas concepções morais, que possibilitem ceder sua constituição física à comunicação mediúnica, trabalhando em prol da Caridade e da evolução, própria e dos seus semelhantes. Este é um compromisso firmado entre este Ser e os Espíritos da Confraria Cósmica de Umbanda antes do nascimento e que deve florescer de maneira natural ao longo da encarnação do indivíduo. Atualmente, raros são os médiuns com atividades positivas e ligados a Espíritos com ordens e direitos do Astral Superior. Também o grau de atividade da faculdade mediúnica varia entre os médiuns, de acordo com seu grau consciencial e com a sua experiência ao longo das encarnações exercendo esta faculdade. Deixo claro que não é necessário ser médium para ser umbandista e a mediunidade não é uma dádiva estendida a "eleitos" ao reino dos Céus. Na verdade, os médiuns são espíritos de alguma forma comprometidos carmicamente com a evolução planetária, na maioria devedores antigos que, em maior ou menor grau, são cientes de seus débitos e trabalham para quitá-los perante a Lei. Alguns destes médiuns são espíritos velhos no Planeta, que embora possam ter-se desviado, em algum momento, da via justa da evolução, carregam consigo considerável experiência e conhecimento, tanto das coisas do espírito como das forças da Natureza e, principalmente, da psicologia humana. Estes são chamados Iniciados, cada um dentro de seu grau, da Corrente Astral de Umbanda. A Iniciação é um processo contínuo, que se desenvolve no decorrer de várias e várias encarnações dedicadas a este aprendizado, também não acaba nunca pois é infinita a evolução espiritual e cada minúscula porção de conhecimento trazido por um iniciado deve ser fruto da sua própria vivência orientada por mestres. Sim, cada fio de cabelo da cabeça de um Iniciado é contado... A Iniciação de Umbanda não é vetada a ninguém, todavia pouquíssimos carregam este selo conferido pelas Hostes do Bem, como um legado cármico. Muitos ainda surgirão, e cada vez de maior porte. Àqueles que iniciam agora a jornada, lembro que muitas vidas os aguardam e cada pequeno degrau é alçado às custas de um esforço indescritível, mas não impossível. Afirmo que não há, na Umbanda, um Sumo-pontífice, embora respeitemos as religiões que têm tal cargo. Nossos pontífices (pontifex-aquele que constroi a ponte até o Divino) são as Entidades que baixam nos terreiros e nos conduzem à nossa essência em nome de Oxalá. Sei, igualmente, que as Federações e similares, têm um papel predominante de coligações entre humanos encarnados, sem uma maior representatividade espiritual. No entanto, existe uma tendência de que no decorrer do tempo (talvez décadas ou séculos) comece a haver uma profunda união entre os vários templos de Umbanda, fruto do compartilhamento dos mesmos princípios e diretrizes, adaptados às coletividades de cada terreiro. No futuro, todos os que dirigem terreiros serão verdadeiros Sacerdotes Iniciados de Umbanda e poderão promover um atendimento aos seus consulentes em uma profundidade compatível com seu grau iniciático, podendo o consulente ser encaminhado a outros templos irmanados de acordo com suas necessidades. Enfim, a Umbanda vem mostrando que os laços eternos são os do Espírito...

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